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Todo o processo de montagem da Estação de Memórias aconteceu a partir das lembranças da população de Alagoinhas, num processo de cocriação com as comunidades. Dos encontros e entrevistas foram identificados casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o período da movimentação que os trens causavam na cidade. Todo esse resgate foi transformado em espaços expositivos.
“Em todas as estações que a gente entregou, e essa é a 16ª estação, nós ouvimos as pessoas. O objetivo não é construir um projeto de memória, mas construir um projeto de memória coma comunidade e que seja da localidade que está recebendo o projeto. Essa é a grande riqueza da metodologia e do trabalho que é feito. Especialmente em Alagoinhas, o projeto tem uma grande diferença, pois partiu de um acervo muito rico, que já era cuidado há muitos anos aqui pela Figam e pela professora Iraci Gama. A população e os visitantes vão ver que há um acervo grande de objetos. O projeto entregue nos deu muito orgulho, e temos certeza de que a população também irá se orgulhar”, disse a gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, que destacou ainda que o processo de preservação da história vem para deixar um legado à sociedade.
“A preservação do patrimônio histórico e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como é o caso de Alagoinhas. A companhia se orgulha por fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, frisou.
O prefeito em exercício, Luciano Sérgio, relembrou o histórico familiar ligado às memórias dentro da Estação São Francisco, uma vez que seu pai, Seu Júlio, foi ferroviário. “A minha presença aqui é uma retomada da minha própria história e da história da minha família, e toca em coisas muito sensíveis ao meu coração. Quando eu vi que parte do projeto trata das memórias, também orais, e que as pessoas foram entrevistadas, aí eu me lembro da figura do meu pai. Neste local temos uma história forte, firme e essencial para Alagoinhas, e abrir as portas desse novo espaço, a Estação de Memórias, faz a gente mergulhar na nossa história, faz a gente recordar nossos pais, lembrar os trabalhadores da ferrovia e os passageiros que aqui estiveram, e nos faz ver o crescimento e o desenvolvimento de Alagoinhas a partir daqui. Para além da Estação de Memórias, destaco também que a restauração da ferrovia não pode ser apenas uma promessa, mas sim um compromisso — uma luta pessoal minha, de Gustavo Carmo e de toda a nossa gestão, na qual todos estão empenhados em concretizar”, enfatizou.
O presidente da Figam, Adelmo Mattos, enfatizou a necessidade da preservação do passado da cidade. “A Figam é o retrato que nos mostra todos os dias a necessidade da preservação da cultura e, principalmente, faz com que Alagoinhas tenha em seu conteúdo maior a educação e a cultura. Queremos agradecer à VLI, que nos ajudou a enaltecer todo esse acervo que já tínhamos aqui em nosso prédio”, disse.
Ícone cultural de Alagoinhas e símbolo da Figam, a professora e pesquisadora Iraci Gama ressaltou a importância de a comunidade preservar a cultura, a história e as memórias da estação. “A gente precisa avançar, e uma crítica feita sobre mim é que eu sou muito conservadora. Porém, acho que dei o testemunho de que, no meio dessa vontade toda de conservar, também aceitei a modernidade. A AIC trouxe a possibilidade de um trabalho, um processo pela tecnologia, de se fazer gravações, de você ouvir uma gravação, de usar um QR Code. Quero enfatizar que nós temos uma missão, que é entregar um documento à VLI pedindo ajuda — a interferência política pela restauração do prédio da estação, que tem 145 anos e é a maior extensão ferroviária da América Latina”, pontuou.
Construção conjunta com a população
Desde o século XIX, quando os trilhos da Estrada de Ferro Bahia–São Francisco alcançaram o município, Alagoinhas passou a ocupar posição estratégica no interior baiano. A chegada do trem impulsionou o crescimento urbano, dinamizou a economia local e transformou o cotidiano da população.
O projeto Estação de Memórias de Alagoinhas torna-se um espaço expositivo dedicado à memória ferroviária do município. O objetivo é contar as histórias que envolvem a ferrovia desde a origem da cidade até os dias atuais, destacando a relação do trem com as atividades econômicas e a vida cultural da cidade.
Para contar todas essas memórias ferroviárias, a expografia apresentada está composta por uma linha do tempo, jogo da memória, o jogo “Onde Estou?”, personagens inspirados em figuras locais, entrevistas em vídeo, objetos cenográficos, entre outros elementos, que narram a história da cidade desde a ocupação do território nos períodos pré-colonial e colonial, passando pela chegada da ferrovia, o deslocamento da vila e a importância desse modal de transporte. Ao todo, são 91 fotografias, além de 35 objetos e documentos históricos. Foram realizadas 14 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de 50 voluntários.
“A ferrovia foi responsável por integrar Alagoinhas às principais rotas comerciais e de comunicação do estado, atraindo trabalhadores, viajantes e comerciantes. Em torno da Estação São Francisco, as ruas se estruturaram, o comércio prosperou e a cidade ganhou novos contornos. O apito das oficinas da Leste marcou gerações e se tornou parte da identidade e da memória coletiva do povo alagoinhense”, destaca a coordenadora-geral do projeto pela AIC, Gislaine Gonçalves.
A escritora de Alagoinhas, Isabel Cristina da Silva, que participou do processo de construção do projeto, contou da emoção em vivenciar a montagem do espaço. “Participar dos encontros da Estação de Memórias foi reviver momentos da minha infância, pois eu corria dentro dessa estação. Acho que todos que participaram das reuniões se emocionaram muito. Quando a equipe de produção da AIC esteve em minha casa, conversamos muito e descobrimos memórias antigas. Foi muito bom reviver tanta coisa vivida dentro dos trens, fazendo viagens para Serrinha durante as minhas férias, por exemplo. Eu quero parabenizar a todos vocês pelo trabalho de formiguinha, catando essas memórias lá dentro da gente. Eu agradeço a oportunidade de fazer parte desse projeto”, enalteceu.
Balanço
O Programa Estação de Memórias recebeu, nos últimos anos, cerca de R$ 16 milhões para a preservação da memória ferroviária e já foram inauguradas, com Alagoinhas, 16 unidades. Para este ano, a companhia investirá R$ 1.720.000 no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades de três cidades. O investimento é realizado por meio da Lei Rouanet. No ano passado, foram investidos mais de R$ 2,4 milhões nesta iniciativa.
Fotos: Roberto Fonseca/Secom- Alagoinhas
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