A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) promoveu em João Pessoa, capital da Paraíba, o II Encontro de Inteligência do Norte e Nordeste, reunindo especialistas de órgãos de Inteligência dos sistemas prisionais regionais e federais, para o desenvolvimento de ações de combate ao crime organizado no sistema penitenciário brasileiro. O Encontro foi aberto na quarta-feira (15) e encerrado na sexta-feira (17). Na programação, palestras, painéis, estudos de casos e apresentações técnicas abordaram a Inteligência como instrumento de combate ao crime organizado.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio da Assessoria de Segurança Institucional (ASI), apresentou no evento o tema “Formas de comunicação no sistema prisional”, com a servidora Taise da Cruz enfatizando uma pesquisa voltada à forma como as pessoas privadas de liberdade se comunicam e os impactos que esse tipo de linguagem tem no trabalho dos agentes de segurança.
O diretor da Assessoria de Segurança Institucional, delegado Márcio Augusto Tork, disse que o evento promovido pela Senappen representa uma importante estratégia para o fortalecimento do Sistema de Inteligência Penitenciária.
Segundo ele, a integração entre os órgãos das regiões Norte e Nordeste permite a troca de informações, metodologias e experiências práticas, que ampliam a capacidade de resposta frente à atuação das organizações criminosas. “O encontro consolida uma rede de cooperação entre as agências, essencial para o enfrentamento coordenado das organizações criminosas, atuando de forma interestadual e integrada em diversas frentes. As iniciativas promovidas pela Senappen são fundamentais porque fortalecem o alinhamento técnico e estratégico entre os entes federativos”, frisou.
O delegado Márcio Augusto Tork acrescentou que as ações propostas pela Secretaria Nacional possibilitam aos Estados compartilhar boas práticas, padronizar procedimentos e aprimorar suas capacidades de Inteligência. “Trata-se de um passo significativo para consolidar uma política nacional de enfrentamento ao crime organizado, com foco na integração e no fortalecimento das estruturas locais de segurança penitenciária”, complementou.
Pará é destaque- A Seap vem se destacando no controle das unidades e se tornando exemplo no combate a crimes e facções no sistema prisional regional. Sobre como alcançar o controle mais efetivo, o delegado enfatizou que “o principal desafio é a consolidação de uma integração efetiva entre Inteligência, Segurança orgânica e Gestão prisional. No Pará, avançamos muito porque priorizamos o fortalecimento da Inteligência penitenciária, o monitoramento constante dos indicadores de segurança e a aplicação rigorosa de protocolos de controle. Essa combinação reduziu significativamente as vulnerabilidades internas e a influência de grupos criminosos. Para ampliar esse controle em nível nacional, entendemos que é necessário investir na interoperabilidade de sistemas, na formação continuada dos agentes e na adoção de práticas unificadas de Inteligência prisional”.
Manter o controle do ambiente prisional exige, além de muito trabalho, a adoção de estratégias e o uso da Inteligência como arma preventiva. De acordo com Márcio Augusto Tork a ASI, nesse processo, tem papel fundamental nos bons resultados apresentados pela Seap.
“A ASI atua na produção de conhecimento estratégico, na prevenção de incidentes e na integração com outras forças policiais e órgãos, direta ou indiretamente, atores do sistema de justiça criminal. O trabalho é pautado por análise técnica, disciplina e constante aprimoramento profissional. A Seap/PA hoje é reconhecida como referência nacional em controle e estabilidade do sistema prisional. Esse resultado é fruto direto do comprometimento dos que integram todo o sistema, de nossos agentes e da visão de segurança baseada em inteligência, prevenção e integração institucional”, reiterou Márcio Augusto Tork.
Estratégia- Sobre o trabalho apresentado, Taise da Cruz disse que “busquei destacar a importância de compreender esses tipos de comunicação como uma ferramenta estratégica para o fortalecimento das ações de prevenção e controle dentro das unidades prisionais”.
Segundo ela, a realização do Encontro promovido pela Senappen contribuirá positivamente para o trabalho da ASI, visto como “algo de extrema importância para o sistema prisional dos estados”. Taise da Cruz acrescentou que o evento “permite que profissionais das diversas agências troquem experiências, conheçam novas práticas e alinhem o trabalho com o que vem sendo desenvolvido em outras regiões. Como servidora, eu vejo esse evento como um espaço de aprendizado e valorização do nosso trabalho, que muitas vezes acontece de forma silenciosa, mas tem um papel essencial na segurança pública”.
Sobre a realização de um Encontro desse porte pela Secretaria Nacional, a servidora destacou que isso demostra o comprometimento da Senappen, por meio da Diretoria de Inteligência Penal, com o fortalecimento da segurança pública e do sistema prisional brasileiro. “Quando se promove um evento nessa dimensão, ela não só capacita os servidores, mas cria um espaço de integração entre as agências, o que fortalece o sistema prisional como um todo”, assegurou.
Texto: Márcio Sousa - Ascom/Seap
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