Sexta, 10 de Outubro de 2025
15°

Tempo nublado

Osasco, SP

Agricultura Agricultura

Família de Brusque intensifica produção de marrecos às vésperas das festas de outubro

Na alta temporada são abatidas 2,5 mil aves por semana (Fotos: Renata Rosa / Epagri)Se tem um prato que é a cara de Brusque, é o marreco recheado. ...

06/10/2025 às 22h21
Por: Redação Osasco Fonte: Secom SC
Compartilhe:
Foto: Reprodução/Secom SC
Foto: Reprodução/Secom SC

Na alta temporada são abatidas 2,5 mil aves por semana (Fotos: Renata Rosa / Epagri)

Se tem um prato que é a cara de Brusque, é o marreco recheado. A tradição é tão marcante que acabou virando festa — a Fenarreco, que todo mês de outubro atrai milhares de turistas para celebrar a gastronomia e a cultura germânica. Em 2025, o evento chega à sua 38ª edição, de 9 a 19 de outubro. Mas por trás do prato que dá sabor à festa existe uma história curiosa: em todo o Estado, apenas dois produtores fornecem marreco para os restaurantes e para o próprio evento. Um deles é a Kiave, da família Vailati, que começou a criação das aves em 1993, na comunidade de Cedro Alto, com o apoio da Epagri, e hoje planeja ampliar a produção para atender à alta demanda.

“Como na indústria nosso marreco também pode ser utilizado por restaurantes chineses e de alta gastronomia, há muito espaço para crescer, especialmente em grandes centros como São Paulo”, conta Daiane Vailati, 43 anos. Entre os planos está a ampliação de granjas em Canelinha, em parceria com produtores locais, e a compra de um  biodigestor  através do Pronaf para dar destinação correta aos resíduos e economizar energia. 

“Também estamos em negociação com a prefeitura para incluir a carne de marreco na merenda escolar. Uma forma de ampliar o mercado e manter a tradição de consumir marreco desde cedo”, conta o extensionista Alexandre Lysenko, que comanda o escritório da Epagri na cidade, reaberto este ano junto à diretoria de agricultura, no horto florestal.

Retorno da filha ao lar impulsionou negócio de família

Não estava nos planos de Daiane atuar na granja dos pais quando saiu para fazer faculdade. Mas após três anos trabalhando como designer de interiores, ela decidiu abandonar a carreira e ajudar o negócio a dar um salto de qualidade, principalmente em relação à otimização do processo de abate.

Foto: Reprodução/Secom SC
Foto: Reprodução/Secom SC

“Naquele tempo era tudo manual. Só meu pai sabia fazer os cortes e quando eu voltei, aprendi e ensinei aos funcionários. Agora, a evisceração é mecanizada, assim como o tanque de refrigeração da carne e carcaça, que fica em temperatura constante para manter a sanidade e atender à legislação sanitária. Antes, era à base de gelo”, compara. Hoje, ela gerencia o negócio, o pai Paulo, 75, supervisiona, e o filho André Luiz controla a qualidade. 

A empresa, que emprega 25 funcionários, também teve ampliação de espaço físico e abertura de novos galpões, onde os animais chegam com um dia de vida e são encaminhados para o abate com 56 dias, até atingir um peso médio de 4,5kg. A empresa vende marreco inteiro e recheado, sem tempero e sem recheio, em cortes de coxa, asa, peito e pescoço e só o recheio, que é receita da nona

Da ave nada se perde, tudo se transforma 

Outra particularidade da produção de marrecos é que, como se trata de uma ave aquática (que desliza na água), o processo de retirada das penas é mais minucioso do que nos  frangos . “Além de retirar as penas é preciso tirar todos os folículos e dar um banho de cera. No caso do animal destinado aos restaurantes asiáticos, não é aceito nem um risco na pele, que vira uma iguaria”, revela Daiane. 

Foto: Reprodução/Secom SC
Foto: Reprodução/Secom SC

Outra dificuldade é encontrar equipamentos para processar o marreco. A empresária conta que todo equipamento foi feito para processar frango, que tem o corpo mais arredondado. “Sempre temos que fazer adaptações porque o marreco é mais comprido”, explica.

Dos galpões são recolhidos toda semana os dejetos misturados ao cepilho, que se transforma num poderoso adubo. E as penas são vendidas para fábrica de travesseiros em São Paulo. Em 2022, a Kiave conquistou o Selo Arte, que permite a venda em todo o território nacional, através de duas distribuidoras. Por enquanto, a maior demanda ainda vem do Vale do Itajaí, onde o marreco é um dos pratos mais tradicionais da culinária do Vale Europeu.

Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc

Informações para a imprensa
Isabela Schwengber, assessora de comunicação da Epagri
(48) 3665-5407 / 99161-6596

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Osasco, SP Atualizado às 05h01 - Fonte: ClimaTempo
15°
Tempo nublado

Mín. 15° Máx. 18°

Sáb 22°C 16°C
Dom 30°C 16°C
Seg 21°C 17°C
Ter 25°C 16°C
Qua 26°C 17°C
Horóscopo
Áries
Touro
Gêmeos
Câncer
Leão
Virgem
Libra
Escorpião
Sagitário
Capricórnio
Aquário
Peixes