Bragança sediou o Encontro Vozes Femininas no Território – Justiça Climática, Bioeconomia e Economia Azul, promovido pela Secretaria de Estado das Mulheres (Semu). O evento, realizado na última terça-feira, reuniu representantes de comunidades tradicionais, marisqueiras, agricultoras, professoras e lideranças locais para discutir os impactos das mudanças climáticas e propor soluções coletivas para a Amazônia.
As mulheres são as mais afetadas pela crise climática. Além de conciliar o cuidado da família com a busca pelo sustento, dependem diretamente do território para garantir a sobrevivência. No cotidiano, lidam com a escassez de peixe, alteração das safras, calor extremo, estiagem dos rios e a força das marés. Ao mesmo tempo, estão na linha de frente da resistência, transformando saberes tradicionais em alternativas de sobrevivência e defesa do território.
O encontro faz parte da estratégia do Governo do Pará, por meio da Semu, de fortalecer lideranças femininas em justiça climática e bioeconomia, abrindo novas oportunidades dentro das comunidades e oferecendo apoio às mulheres que já produzem, mas ainda carecem de estrutura para expandir seus projetos, fortalecendo o protagonismo feminino e a economia local.
Durante a abertura, a secretária de Estado das Mulheres, Paula Gomes, ressaltou a urgência da pauta: “Estamos aqui em Bragança, nessa construção tão importante, falando de justiça climática. As mulheres são as que mais sofrem: enfrentam a dupla e até tripla jornada, a violência, a seca e, muitas vezes, precisam percorrer longas distâncias em busca de água. O que precisam agora são oportunidades, apoio e políticas públicas que fortaleçam suas ações e transformem seus saberes em soluções coletivas para suas comunidades.”
A programação contou com palestra da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e grupos de trabalho, onde as participantes compartilharam desafios de seus territórios e apresentaram experiências e propostas conjuntas. Essas contribuições servirão de base para projetos alinhados às diretrizes da política estadual de mudanças climáticas, bioeconomia e territórios sustentáveis.
Para Lidiane Amorim, marisqueira da ilha de Ajuruteua, o apoio institucional é fundamental: “A Secretaria de Estado está de parabéns por esse incentivo e empenho. Essa ajuda nos fortalece para crescer e alcançar nossos objetivos e projetos.”
A professora Neci de Carvalho destacou a importância do espaço de diálogo: “Esse evento foi fundamental para que as mulheres pudessem falar de suas dores e buscar soluções para seus problemas. A Secretaria da Mulher atua como ponte entre as mulheres das reservas marinhas e o Governo do Estado.”
O Encontro Vozes Femininas no Território – Justiça Climática, Bioeconomia e Economia Azul reafirma o protagonismo das mulheres na defesa da Amazônia. A Semu fortalece lideranças que, no dia a dia, transformam saberes tradicionais em ações concretas de cuidado com o meio ambiente, preservação dos recursos naturais e desenvolvimento sustentável das comunidades. Mulheres que cuidam da terra, da água e da vida, mostrando que a verdadeira mudança começa em cada território.
Texto: Gabryella Pompeu (Ascom/Semu)
Mín. 12° Máx. 16°