Dando continuidade à programação do Setembro Verde, campanha nacional de conscientização sobre a doação e o transplante de órgãos e tecidos, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e a Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre) promoveram nesta quarta-feira, 24, o Simpósio Regional de Doação e Transplantes de Órgãos e Tecidos.
O encontro foi realizado no auditório do Centro Universitário do Norte (Uninorte), em Rio Branco, reunindo profissionais da saúde, estudantes e representantes das instituições envolvidas.
“O simpósio foi uma oportunidade para dialogar com a sociedade, tirar dúvidas e aproximar os profissionais de saúde e equipes de transplante da população. Aproveito para reforçar o convite: seja um doador de órgãos e avise sua família. Mesmo em um momento de dor, esse gesto pode salvar até oito vidas”, destacou Ana Cristina Moraes, secretária adjunta de Atenção à Saúde.
Com o tema “Doe vida. Avise sua família. Seja a razão do amanhã de alguém”, a campanha deste ano destacou a necessidade de diálogo dentro dos lares. Como a autorização da família é essencial para que o processo seja realizado, expressar a decisão em vida é um passo fundamental para transformar solidariedade em esperança.
“Hoje a Fundhacre já realiza quatro modalidades de transplante: renal, de córnea, de fígado e de tecido ósseo. Estamos em busca de novas habilitações e da realização do tão sonhado transplante intervivos. Tenho certeza de que alcançaremos números ainda maiores de transplantes efetivos após essa campanha”, afirmou Sóron Steiner, presidente da Fundhacre.
A presidente ressaltou, ainda, que cada doação tem um impacto imensurável, já que um único doador pode salvar oito vidas, além de melhorar a qualidade de vida de pelo menos 40 pacientes, no caso do transplante ósseo.
A programação trouxe discussões sobre diferentes etapas do processo de doação e transplante, desde o protocolo de morte encefálica, abordado pelo médico Marcelo Grando, até os cuidados com a manutenção do potencial doador, tema da médica Rosely Barreiros.
Também foram apresentados aspectos da comunicação de más notícias, pela enfermeira Ketiene Martins, e das indicações para transplantes específicos, como o hepático, com o médico Aloysio Coelho, e o renal, com a médica Naiara Guedes. O simpósio ainda tratou do transplante de tecidos musculoesqueléticos, com o médico Nelson Marquezini, e do panorama atual dos transplantes no Acre, apresentado pela enfermeira Valéria Monteiro.
Um dos palestrantes do simpósio, o médico cirurgião do aparelho digestivo Aloysio Coelho destacou a complexidade do processo de transplante e os desafios enfrentados no Acre. Ele explicou que o procedimento exige a integração de diversos serviços de saúde e apoio institucional para garantir os melhores resultados.
“O transplante é uma cirurgia de alta complexidade e exige que vários serviços atuem em conjunto para que ocorra da melhor forma possível. No Acre, por ser um estado de difícil acesso e com a maioria dos órgãos doados vindos de fora, o desafio é ainda maior. Por isso, o Setembro Verde e o nosso simpósio têm um papel fundamental: incentivar a doação dentro do nosso próprio estado”, ressaltou.
Alunos de cursos da área da saúde também participaram do simpósio, reforçando a importância do tema para a formação acadêmica. A estudante de Enfermagem Asheley Marques destacou que a experiência contribui para aproximar os futuros profissionais da realidade dos transplantes e dos desafios que envolvem esse processo.
“Transplantes são um tema muito importante de se abordar, porque geralmente é um assunto difícil, tanto para a família quanto para o profissional de saúde. No simpósio, conseguimos integrar esse debate com outros profissionais de forma muito natural. Para nós, estudantes, que ainda não temos contato direto com pacientes ou familiares, esse tipo de evento facilita o entendimento e nos prepara melhor para lidar com situações delicadas”, afirmou.
Durante toda a semana, o governo do Estado, por meio da Sesacre e da Fundhacre, realizou umas série de ações de conscientização. Nesta sexta-feira, 26, um momento simbólico será realizado como forma de homenagear os doadores de órgãos que encerraram sua jornada, mas permitiram que a vida continuasse por meio de outras pessoas. No sábado, 27, Dia Nacional da Doação de Órgãos, a programação se encerra com uma caminhada pela vida. A atividade irá iniciar às 16h, com percurso entre a Universidade Federal do Acre e o Lago do Amor, e o evento é aberto ao público.
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