
Público presente foi convidado a ligar lanterna dos celulares na chamada “Onda de Luz”, prática da campanha de conscientização do luta perinatal
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio da Secretaria Executiva de Atenção Primária e Políticas de Saúde (Seaps) e da Coordenadoria de Políticas e Gestão do Cuidado (Cogec), realizou, nesta segunda-feira (28), o Simpósio Estadual Onda de Luz Ceará: Conscientização pelas Perdas Perinatais, realizado no auditório Waldir Arcoverde, na sede do órgão, em Fortaleza. O objetivo foi discutir o acolhimento e cuidado a mulheres e famílias enlutadas e contou com roda de conversa entre especialistas, com participação do público.
O evento faz alusão ao mês internacional da conscientização pela perda gestacional ou do recém-nascido, lembrado mundialmente no dia 15 de outubro. Nesta data, os pais enlutados acendem uma vela em homenagem ao filho falecido. A ação, chamada de “wave of light” (Onda de Luz), foi iniciada pela ONG The Wave International of Light e reproduzida pelo público presente no simpósio.

Na ocasião, a secretária Executiva da Atenção Primária e Políticas de Saúde, Vaudelice Mota, que representou a titular da Sesa, Tânia Maria Coelho, destacou a importância de se discutir a questão. “Esse tema nos é muito caro, e nós precisamos tratar dele com muito carinho e cuidado, porque ele implica em perda de vidas importantes e perda de esperança”, disse. “Mas ele pode se transformar e significar força para as pessoas, para as mulheres, para as famílias, ao serem acolhidas por aqueles que compreendem a dureza daquele momento”, complementou.

Durante o momento de roda de conversa, a médica geneticista Ellaine Carvalho enfatizou a importância de se utilizar de boas palavras ao dar a notícia do falecimento às famílias. “E não somente naquele momento, mas também depois, porque muitas turbulências emocionais ainda vão acontecer”.
A enfermeira obstétrica Lea Pimentel chamou a atenção para a construção de identidades e expectativas na espera do nascimento do bebê, que também repercutem durante o luto. “Temos que pensar que essa mãe já foi constituída. Esse vínculo é construído lá no pré-natal”. Nesse sentido, a enfermeira neonatal Cinthia Esteche salientou a necessidade de abertura para escuta das famílias enlutadas.
Já a médica obstetra Lívia Almeida destacou que esclarecer as causas da morte é importante para o processo de luto das famílias. “Até porque podem ter causas genéticas, e a paciente pode querer engravidar novamente”, frisou. A médica patologista Deborah Nunes enfatizou que, nesse processo, exames como necrópsia também são fundamentais.

Durante o simpósio, a Sesa lançou a Linha de Cuidado à Saúde da Mulher na Perda Perinatal, que tem como objetivos assegurar assistência qualificada à mulher e à família no luto materno e parental, uniformizar condutas, promover maior integração das equipes no cuidado e produzir informações técnicas, protocolos e diretrizes. Além disso, pretende qualificar os profissionais de saúde em todos os níveis de atenção à saúde.
Na ocasião, a coordenadora de Políticas e Gestão do Cuidado da Sesa, Luciene da Silva, enfatizou que a política pública busca trabalhar os pontos de atenção, além de organizar e estruturar a rede de atendimento. “É necessário que a mulher tenha um amparo. E isso não deve ser feito somente com a assistência social. A responsabilidade é de todos da equipe”, pontuou.

A Linha de Cuidado à Saúde da Mulher na Perda Perinatal foi aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) no último dia 12 de setembro, por meio da Resolução n° 525/2025 e do Protocolo de Cuidado à Saúde da Mulher e Família na Perda Perinatal.
A política pública está fundamentada na Lei Federal nº 15.139/2025, que institui a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental, e na Lei Estadual nº 18.788/2024, que assegura direitos às mulheres que sofrem perda gestacional e neonatal em estabelecimentos de saúde do estado do Ceará.
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