Foto: Gehrard Waller/Esalq USP
Os dados coletados pelo programa Monitora Milho SC revelam que a média estadual de cigarrinhas nas lavouras de Santa Catarina é de menos de um inseto por armadilha em cada local. Esta é uma boa notícia para os produtores catarinenses, segundo Maria Cristina Canale, pesquisadora da Epagri/Cepaf, responsável pelo programa Monitora Milho SC. “Estes números refletem o trabalho dos agricultores ao realizarem o manejo inicial das lavouras. Com a baixa na população dos insetos, o risco de infecção diminui, o que faz com que o cenário para a não ocorrência dos enfezamentos durante a safra seja bastante favorável”, afirma.
No entanto, mesmo com a população de insetos vetores em declínio, Maria Cristina salienta que é importante que os produtores não negligenciem o manejo inicial da lavoura, fase que é considerada a mais crítica para a infecção pelos patógenos das viroses e enfezamentos. A pesquisadora também alerta os agricultores das regiões Oeste e Planalto Norte, locais cuja presença das bactérias do fitoplasma do enfezamento vermelho e do espiroplasma do enfezamento pálido têm sido detectadas consecutivamente. “A presença das bactérias, que agem de forma agressiva no milho serve de alerta aos produtores. É muito importante que eles observem a quantidade de insetos presentes nas lavouras e realizem o manejo inicial com inseticidas de contato para controlar a migração da cigarrinha”.
O programa Monitora Milho SC coleta e divulga semanalmente informações levantadas em 55 lavouras distribuídas em todo o Estado de Santa Catarina, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos.
O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC , uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. O Programa Monitora Milho SC se destaca como uma das principais iniciativas científicas da Epagri, conquistado reconhecimento em diversos eventos nacionais e internacionais. Sua metodologia tem servido de referência para ações similares em outros estados brasileiros e até para o exterior.
A pesquisadora Maria Cristina Canale, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Cepaf), explica que as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, nós observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive aqui em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, ressalta.
Informações para a imprensa
Isabela Schwengber, assessora de comunicação da Epagri
(48) 3665-5407/99661-6596
Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista na Epagri/Fapesc
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