A prática regular de atividade física é reconhecida como um dos pilares para manter o coração saudável, mas nem sempre o exercício é seguro em qualquer situação. Para quem já possui histórico de doenças cardíacas, os cuidados precisam ser redobrados. O cardiologista Caio Blanch, da Policlínica Metropolitana do Pará, explica que, na maioria dos casos, a atividade é recomendada, mas ressalta que existem exceções importantes.
“De modo geral, a maioria das pessoas com doenças cardíacas pode — e deve — praticar atividade física, mas sempre com acompanhamento médico. Existem, no entanto, situações em que o exercício é temporariamente contraindicado, como em casos de arritmias graves não controladas, insuficiência cardíaca descompensada, angina instável ou logo após um infarto recente. Nessas situações, o esforço físico pode representar risco, e o tratamento clínico deve ser prioridade antes da prática esportiva”, orienta.
Durante os treinos, o corpo também dá sinais de alerta que não devem ser ignorados. “Dor ou aperto no peito, falta de ar desproporcional ao esforço, palpitações intensas, tontura, suor frio ou desmaio indicam que o coração está sendo sobrecarregado. Ao perceber qualquer um desses sintomas, é fundamental interromper a atividade imediatamente e procurar avaliação médica”, destaca o cardiologista.
Nos últimos anos, modalidades de alta intensidade, como o crossfit e a corrida de rua, ganharam popularidade. Porém, para quem tem histórico familiar de problemas cardíacos, é preciso atenção. “Esses exercícios podem oferecer riscos aumentados, especialmente para pessoas que carregam histórico familiar de infarto precoce, arritmias ou morte súbita".
"O esforço intenso pode desencadear arritmias ocultas ou sobrecarregar o coração em quem já tem predisposição genética. Isso não significa que tais atividades são proibidas, mas reforça a necessidade de uma avaliação cardiológica detalhada antes de praticá-las”, explica Blanch.
Assistência na Policlínica Metropolitana
O médico explica ainda, como funciona o atendimento cardiológico na Poli Metropolitana. “Realizamos uma avaliação completa que inclui anamnese detalhada, exame físico, eletrocardiograma, ecocardiograma e, quando necessário, teste ergométrico. Para hipertensos, é fundamental avaliar o controle da pressão arterial. Para quem tem arritmias, investigamos o tipo e a gravidade do quadro. Já nos pacientes com insuficiência cardíaca, verificamos a capacidade funcional e, a partir daí, orientamos os limites seguros de atividade”.
Sobre o tipo de exercício mais indicado, o cardiologista destaca a importância do equilíbrio. “Os exercícios aeróbicos de intensidade leve a moderada, como caminhada, ciclismo, natação ou dança, são os mais indicados para a maioria das pessoas, pois fortalecem o sistema cardiovascular sem impor sobrecarga excessiva. Exercícios de fortalecimento muscular, quando bem orientados, também são benéficos, mas devem ser ajustados conforme a condição clínica de cada paciente”, diz Caio.
Monitoramento
Além disso, o monitoramento constante pode ser decisivo para evitar complicações. “O controle da frequência cardíaca ajuda a manter o exercício dentro da zona segura para cada paciente, enquanto a aferição da pressão arterial permite identificar sobrecargas perigosas. Esse monitoramento é indispensável em pacientes com histórico de hipertensão, arritmias, insuficiência cardíaca ou que já passaram por infarto”, conclui.
Prevenção
Para a diretora técnica da Policlínica Metropolitana, Camylla Rocha, a integração entre prevenção e acompanhamento é o caminho mais seguro. “Nosso compromisso é garantir que a população tenha acesso a um cuidado especializado e seguro. A prática de atividade física é fundamental para a saúde do coração, mas precisa estar associada ao acompanhamento médico adequado, principalmente para quem já apresenta fatores de risco ou histórico de doenças cardiovasculares”, observa a médica.
Camylla Rocha também recorça que na Policlínica Metropolitana são integradas consultas, exames e acompanhamento multiprofissional para que cada paciente possa encontrar equilíbrio entre exercício, prevenção e bem-estar. “Acreditamos que saúde se constrói com responsabilidade, orientação e acesso garantido pelo SUS”, conclui.
Texto de Roberta Paraense
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