O governo Lula deve apresentar, nas próximas semanas, uma proposta para a criação de uma Guarda Nacional permanente. O objetivo é atuar em operações especiais, como em terras indígenas, e proteger os prédios federais de Brasília, no Distrito Federal (DF). A iniciativa substitui a Força Nacional.
“O presidente Lula acha que a Força Nacional, como algo temporário, não cumpre o papel adequado”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação, na quinta-feira 25. “Ele próprio pediu a redação. Nós redigimos, está pronta. Será uma instituição dedicada à segurança das áreas cívicas, mas poderá atuar em áreas de fronteira, territórios indígenas e unidades de conservação.”
Conforme Dino, a guarda será parecida com a Força Nacional, mas com comando próprio. A proteção das áreas da União, como a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes e residências oficiais passaria a ser atribuição da Guarda Nacional. O ministro descartou a possibilidade de federalizar a Segurança Pública do DF, que deve continuar sob o comando distrital.O objetivo é que a corporação seja civil, mas ostensiva. O ingresso na tropa seria por meio de concurso próprio, diferentemente da Força Nacional que conta com policiais que atuam em diversas áreas do país.
“Vai que, em algum momento, haja um governador extremista no Distrito Federal”, disse Dino. “Então, a segurança do Congresso, do Supremo, do Palácio do Planalto, ficaria submetida aos problemas da política local? Não pode. E esse é um erro que agora o presidente Lula quer corrigir.”
Na Venezuela
O terror se espalha pelos bairros pobres da Venezuela. As Forças de Ações Especiais (FAES) da Polícia Nacional estão na mira dos observadores por tomarem a justiça nas próprias mãos: acumulam centenas de denúncias por supostas execuções extrajudiciais e uma ampla lista de abusos. Ativistas de direitos humanos alertam que qualquer um, seja delinquente ou inocente, pode ser justiçado sem mediação dos tribunais, por mero capricho de alguns oficiais.
Carmen Arroyo, de 52 anos, diz que o objetivo desse esquadrão é manter o controle social. Seu único filho, o barbeiro Cristián Charris, foi assassinado por policiais no bairro de Petare, na zona leste de Caracas, em setembro de 2018. “Disseram que ele tinha roubado outro oficial dias antes, mas ele estava trabalhando na barbearia quando isso aconteceu. Mais de 600 pessoas assinaram uma carta dizendo que meu filho era honesto”, argumenta. Poucos reconheceram os oficiais, que usavam roupas pretas, cobriam os rostos com capuzes, portavam fuzis e se deslocavam em veículos sem placas.
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