Em um dos poucos resquícios de mata atlântica do município, ao que deveria ser um parque público, nomeado de Glauco Vilas Boas, o que se pode ver é mero descaso com o meio ambiente, e uma tentativa de acabar com o pouco que resta de verde na cidade de Osasco.
Com 6.491 hectares (ha) de território e uma população de 696.382 habitantes, a cidade conta com apenas 577 m² p/ha, ou um total de 8,9% de cobertura vegetal. Uma porcentagem extremamente baixa, se comparada, por exemplo, à cidade mais arborizada do Brasil, Goiânia (GO), que tem 89,3% de sua região coberta de áreas verdes (Ranking do IBGE de 2010).
Vizinho a fazenda Paiva Ramos, o parque dá espaço a um lago, que pouco a pouco vem sendo morto graças a falta de iniciativa, se não até ajuda para assorear o lago que dá vida a fauna e flora local.
Ainda é possível ver dezenas de espécies de pássaros, paturis, tucanos, maritacas, falcões, peixes que tentam sobreviver em meio a degradação e abandono proposital. Há menos de um ano, as plantas aquáticas foram removidas da superfície do lago. Mas acontece, que sem o tratamento adequado, e com o recebimento de resíduos e esgoto, a planta volta, pois é dessas bactérias que ela se alimenta.
Uma reforma de readequação deveria ter sido entregue em dezembro de 2020, não foi cumprida, e não se sabe para onde foi os recursos que ali seriam destinados, o montante foi de R$ 6 Milhões. A promessa era de ser construída uma quadra poliesportiva, sanitários, nova pista de caminhada, espaço pet, estacionamento, implantado playground, academia ao ar livre e nova iluminação em Led. Além disso, o lago deveria ter sido cercado a fim de evitar acidentes, como afogamento.
A placa com o informe da obra, foi removida da entrada do parque. No lugar, há grande deterioração, marcas de árvores serradas, cascalho jogado onde deveria ser uma pista de corrida.
A água pouco se vê, devido a vegetação espessa e a falta de uma estação de tratamento, estação essa prometida há mais de uma década, e de responsabilidade da Sabesp, todo o esgoto do Bairro Jardim Três Montanhas está sendo lançado no lago.
Além da falta de zeladoria, a região também tem servido de fuga para ladrões de cargas que interceptam suas vítimas na Rodovia Anhanguera, e fogem para o bairro remoto. A falta de cuidado reflete na segurança da localidade.
Na encruzilhada, outra cena deplorável, é possível ver carcaças de animais, possivelmente sacrificados em rituais de magia negra conforme se vê nas imagens a seguir:
O cão estava sem os olhos, no mesmo lugar, cumbucas com velas, oferendas e galinhas mortas.
A reclamação dos rituais na região é frequente. E os animais ficam ali, apodrecendo, ao lado de uma nascente que jorra para o lago.
No lado de fuga do lago, próximo a quadra parcialmente construída, está sendo feito um muro de demarcação de um terreno público, por uma empresa, sem contrapartidas para o município, e principalmente para a área onde está alocada. O que se repete em praticamente toda a extensão da Av. Panorâmica, que compreende o bairro Industrial Anhanguera até o Jardim Bonança.
Com anuência da prefeitura de Osasco, terrenos tem sido invadidos, em área que deveria ser de preservação permanente. E como sempre, fingem não ser com eles o problema.
A administração osasquense sofre de grande crise moral, já deixou de ser apenas um fator de competência, atitudes criminosas de manejo com remoções de árvores saudáveis tem sido vistos e denunciados por toda a parte.
Como que cúmplices, Ministério Público, Polícia Civil, Policia Militar ambiental engavetam denuncias, não dão andamento aos casos, e a cidade segue com uma sequência desavergonhada de crimes sendo cometidos, sem que os responsáveis sejam punidos.
Minha descrença na justiça humana não apaga a fé que mantenho na justiça celeste.
Tenhamos nós, homens e mulheres de boa vontade, a atitude corajosa de proteger a nossa cidade daqueles que prometeram um dia zelar por ela.
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