De Volta para o Futuro: Tecnologia H2X, criada por brasileiro, previne acidentes

A tecnologia tem baixo custo e possibilitará comunicação entre veículos autônomos e não autônomos com intervenção humana direta.

Papel sem poeira, 3D holográficos, serviço meteorológico exato, latas de lixo móveis, cinto quiroprático flutuante, frentistas robôs de postos de gasolina, clínicas de rejuvenescimento, robôs que levam cães para passear, gerador de energia caseiro, comida desidratada, jaquetas auto-ajustáveis, tênis com cadarços que se amarram, hoverboards (skate voador, prancha flutuante), carros voadores.  

Essas são algumas invenções do filme De Volta para o Futuro 2 que (ainda) não se tornaram realidade. Essas previsões, no filme, aconteceriam em 2015. Não temos carros voadores em nossos dias, mas é certo que num futuro próximo os automóveis conversarão com o ambiente ao seu redor.

As tecnologias chamadas V2V (Veículo para Veículo), V2I (Veículo para Infraestrutura) e V2X (Veículo para Tudo) eliminarão parte dos acidentes de trânsito que temos hoje. Nisso o trânsito sairá ganhando. Humanos se comunicando com o espaço à volta para salvar vidas é a proposta do inventor brasileiro Paulo Gannam, 40, batizada de H2X - Humano para Todas Coisas.

A ideia da H2X se inicia quando Gannam, natural de Lourenço - MG, foi alertado por um policial de que seus faróis baixos estavam queimados. Em casa, refletindo sobre o ocorrido, pensou que se algum outro motorista o tivesse avisado quando o farol queimou teria feito o reparo sem deixar ele e outros em risco. 

Criou um produto inicialmente feito em hardware. Eram dois ou mais botões físicos conectados a um aplicativo de comunicação que por meio de um clique fossem enviados alertas em áudio e/ou texto ao outro motorista, sem que retirassem a atenção do volante. As imagens seriam enviadas entre motoristas e centrais de monitoramento.  

As mensagens seriam, por exemplo: “luz de ré queimada, aquaplanagem, engarrafamento, acidente à frente, sequestro, farol alto, reduza a velocidade, porta entreaberta, pneu murcho, use cinto de segurança, farol alto, desculpe, obrigado…”

“Redes veiculares em desenvolvimento serão capazes de reduzir uma porcentagem razoável de acidentes. Porém, haverá um vácuo de proteção que poderá ser preenchido por este sistema, por colocar o ser humano - e não somente o veículo de forma automatizada - como o centro de recebimento e envio de informações de toda ordem”, disse o inventor.

Até o momento, as motos não terão o mesmo grau de autonomia que outros veículos do futuro. O conceito de “liberdade” associado ao meio de transporte está bastante arraigado. A invenção, segundo Gannam, poderá auxiliar motociclistas a enviar e receber mensagens ampliando o leque de proteção e segurança no trânsito.

“Esta forma multilateral de comunicação humana também criará um volume de informações sem precedentes nas vias, que poderão ser aproveitadas para processamento estatístico, desenvolvimento de novos produtos, insights preditivos e medidas corretivas de combate ao crime e aos acidentes observados nas vias”, relata.

As tecnologias V2X e H2X seriam complementares fornecendo até soluções potencializadas em segurança e mobilidade. O custo de produção de um dos dispositivos seria de US$ 9. 

Parceria 

O projeto tem patente solicitada e a tecnologia está disponível para licenciamento ou sociedade. O objetivo principal é encontrar uma empresa com estrutura de engenharia e marketing para desenvolvimento dos produtos finais e implementação players do setor automotivo e de tecnologia no mercado.

Carros Voadores

O  DeLorean (carro voador da franquia “De Volta para o Futuro”) ainda não está à venda. Enquanto isso, a interação entre veículos e seres humanos está só no começo das quilometragens. No ar ou no asfalto, sigamos em frente.

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