Moradores de diversas regiões de São Paulo reclamam de torneiras secas no final do dia. Dados obtidos pelo Estadão via Lei de Acesso à Informação apontam que a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) teve no primeiro trimestre deste ano o maior número de reclamações relacionadas ao abastecimento de água. A última vez em que a companhia registrou um número tão grande de queixas foi durante a crise hídrica paulista, entre 2014 e 2016.
Desde aquela crise hídrica, a Sabesp passou a reduzir a pressão na sua rede de tubulação, como forma de evitar desperdícios na rede. No ano passado, a empresa admitiu que iniciou a adotar a manobra mais cedo: a redução da pressão começava a partir das 23 horas e foi adiantada para próximo às 21 horas.
Apesar das chuvas de verão elevarem o nível dos reservatórios, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo, tem o menor nível para essa época do ano desde 2016. Nesta terça-feira, 10, está com menos da metade da capacidade: 43,5%.
De acordo com a empresa, a estratégia de reduzir a pressão é usada desde os anos 1990 e costuma ter efeitos piores para quem vive na periferia ou em áreas mais altas da cidade. Em nota, a Sabesp diz que os "imóveis com caixa-d'água obrigatória e reservação para ao menos 24 horas não sentem os efeitos de manutenções ou da gestão da pressão".
A companhia também não responde às reclamações em portais, como Reclame Aqui. A redução da pressão é encarada na prática como corte para várias famílias. As famílias também se queixam de nunca terem sido formalmente avisadas que, mesmo pagando suas contas em dia, ficariam sem água durante a noite. Principalmente de que não haveria notificação de quando houvesse interrupção do serviço.
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