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Bengala inteligente criada por alunos do ProfiTec/Uema alia tecnologia e inclusão social
O dispositivo utiliza sensores ultrassônicos, microcontrolador Arduino, motor vibracall e buzzer acoplados a uma bengala dobrável tradicional de al...
21/10/2025 13h58
Por: Redação Osasco Fonte: Secom Maranhão

Com o propósito de unir tecnologia e inclusão, estudantes do curso superior de Tecnologia em Redes de Computadores do Programa de Formação Profissional Tecnológica (ProfiTec), da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) – Campus Coroatá, desenvolveram uma bengala inteligente para detecção de obstáculos, projetada para ampliar a autonomia e a segurança de pessoas com deficiência visual.

O dispositivo, fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos alunos Milton Rodrigues Ribeiro, Rafael da Silva Sales e Francivaldo Sousa Reis, utiliza sensores ultrassônicos, microcontrolador Arduino, motor vibracall e buzzer acoplados a uma bengala dobrável tradicional de alumínio para detectar obstáculos em diferentes distâncias e alturas, emitindo alertas sonoros e táteis que orientam o usuário durante o deslocamento.

Orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Uema, José Pinheiro de Moura, o projeto representa um exemplo de inovação tecnológica e social de baixo custo. O protótipo foi construído com investimento inferior a R$ 200 em componentes tecnológicos adicionados à bengala.

“O desenvolvimento da bengala inteligente representou um desafio em software e hardware embarcados, pois exigiu conciliar baixo custo de produção com desempenho robusto e confiável. O software precisou ser otimizado para superar limitações do hardware de baixo custo. Assim, o projeto demonstra que é possível aliar tecnologia assistiva de alto impacto social a uma arquitetura eficiente, entregando um produto final seguro e acessível”, afirmou o estudante Milton Ribeiro.

O professor José Pinheiro explica que o dispositivo foi pensado para atender diferentes perfis de usuários com deficiência visual e auditiva. “A bengala possui sensores que detectam o obstáculo e atuadores que vibram e emitem som de alarme quando o usuário se aproxima. Ela foi pensada tanto para pessoas cegas quanto para quem tem deficiência auditiva associada, emitindo alertas diferentes conforme a distância do objeto. Trata-se de uma solução simples, acessível e altamente funcional”, disse.

Ele acrescentou que o grupo pretende patentear o projeto. “A ideia é patentear o projeto e registrar o software. O grupo desenvolveu toda a programação no Arduino, enfrentando desafios técnicos como o posicionamento dos sensores e a autonomia da bateria, e conseguiu excelentes resultados. É um trabalho de relevância científica e social, digno de pesquisa em nível de pós-graduação”, destacou.

Um dos autores, o estudante Francivaldo Sousa, que é cego, utilizou sua experiência pessoal para aprimorar a bengala.

“A ideia surgiu nas aulas de automação, quando pensamos em criar algo que melhorasse a mobilidade das pessoas com deficiência visual. A bengala tradicional não detecta obstáculos acima do nível do solo. Com a bengala inteligente, o usuário é alertado antes mesmo de esbarrar, pois ela vibra e emite sons conforme a distância do obstáculo”, relatou.

Para ele, a proposta também representa acessibilidade financeira e inclusão. “Essa bengala é de fácil uso e baixo custo, permitindo que qualquer pessoa com deficiência visual tenha acesso a um recurso que aumenta sua independência. Hoje, sinto que cumpri o propósito que estabeleci quando entrei na Uema: ajudar outras pessoas com deficiência por meio da tecnologia”, completou.

O grupo e o orientador já estão providenciando o registro do software e a patente da bengala e, além disso, pretendem agregar novas funcionalidades ao projeto.

“Nosso próximo passo é aprimorar o dispositivo, incluindo um botão de emergência capaz de enviar a localização geográfica do usuário, em tempo real, a contatos de confiança, ampliando ainda mais a segurança. Depois de obtida a patente, pretendemos buscar parceiros para tornar o projeto replicável”, afirmou José Pinheiro.