A Secretaria de Saúde realizou nesta terça-feira, 2/4, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, um evento para crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidas no Centro Especializado em Reabilitação (CER) e seus familiares. O encontro aconteceu no Parque Ecológico Educativo “Danilo Santos de Miranda”.
Uma das crianças que participaram do encontro foi Miguel Henrique Almeida, de três anos, acompanhado dos pais, Fábio e Jussara. "Foi um evento muito importante. As terapeutas ocupacionais conseguiram observar as crianças no ambiente aberto e, para observação deles na terapia, foi muito importante", afirmou a mãe, Jussara Almeida.
"É muito gratificante levar seu filho em um ambiente onde ele pode interagir com outras crianças. Pra gente, com filho autista, é difícil ir num dia normal. Então, hoje foi fantástico. Vê-lo se divertindo foi maravilho", afirmou o pai de Miguel, Fábio Almeida.
Para proporcionar um dia de alegria às crianças e, ao mesmo tempo, criar um ambiente tranquilo e acolhedor, a equipe do serviço organizou brincadeiras que consideram as preferências sensoriais das crianças, habilidades motoras e interação social. As bexigas, que não são permitidas no dia a dia do Parque Ecológico, foram aceitas excepcionalmente para a ação, a fim de proporcionar uma maior interação entre os participantes.
No dia 19/4, a Secretaria de Saúde volta a promover um encontro para autistas e seus familiares. O evento será realizado no Recinto de Exposições, com piquenique, apresentações e brincadeiras. Nas unidades básicas de saúde, os agentes de saúde vão abordar o tema nas salas de espera.
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi instituído pela ONU em 2007, com o objetivo de difundir informações sobre o TEA, reduzir preconceitos e promover a inclusão da pessoa autista.
Anualmente, a Secretaria Municipal de Saúde realiza a campanha no mês de abril.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por alterações no desenvolvimento neurológico, ocasionando dificuldades de linguagem – verbal ou não verbal – e de comportamento, como as interações sociais ou interesses restritos. "Isso vai desde a criança não conseguir olhar no olho, não responder quando é chamada, até a criança que não consegue fazer amizade ou não entende o que as pessoas esperam dela em determinada situação", afirma a neuropediatra do CER, Bruna Velani.
A especialista reforça que existem várias manifestações diferentes do autismo, com gravidades diferentes, chamadas níveis de suporte. "No nível um, o paciente exige pouco apoio. No nível dois, o paciente exige apoio substancial e no três, exige muito apoio substancial", explica.
Na rede pública de Saúde, a porta de entrada para as crianças com TEA são as unidades básicas de saúde. "Identificando algum atraso no desenvolvimento, ou alguma característica que chame a atenção, a criança é avaliada pelo pediatra e pela equipe multiprofissional da Atenção Primária, que participa do Grupo de Desenvolvimento Infantil, o GRUDI", explica Lilian Rossi, da Área Técnica de reabilitação.
Os Grupos de Desenvolvimento Infantil estão presentes nas UBSs Central, Fraternidade, Lealdade/Amizade, Solidariedade e Vetorazzo. Em breve, serão implementados nas UBSs Estoril e Solo Sagrado. "A criança participa dos grupos junto com a família, de forma que essa possa aprender a estimular a criança em casa e contribuir com informações que ajudem na condução dos atendimentos e elucidação diagnóstica", acrescenta.
Caso seja necessário o atendimento de alta complexidade, o paciente é encaminhado para o CER. O serviço atende crianças de até 12 anos. "No CER, a criança é atendida por equipe multiprofissional e inserida em atendimentos, de acordo com a avaliação da equipe", completa Lilian. Os atendimentos incluem atividades individuais e/ou em grupo, podendo ser realizados em equipamentos da Cultura e do Esporte.
"O Miguel evoluiu demais desde que começou a terapia no CER, melhorou muito. Agora, ele interage com as crianças e consegue ir à escola. O CER é uma bênção de Deus na vida do meu filho", finalizou o pai, Fábio Almeida.
Em 2021, o CER atendeu 458 crianças com TEA. Em 2022, o número passou para 585, e, em 2023, foram 701 crianças com TEA atendidas no serviço.
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