Houve um tempo, cerca de 15 anos atrás, em que a Power Balance prometia revolucionar o
equilíbrio, a força e a flexibilidade através de uma simples pulseira de silicone. No entanto, o
que parecia mágico revelou-se como nada além de uma ilusão.
Fundada em 2007, a Power Balance ganhou notoriedade ao afirmar que sua pulseira
possuía uma tecnologia revolucionária capaz de aprimorar as habilidades físicas de quem a
usasse. Vídeos circulavam pela internet, exibindo pessoas testando a pulseira e atestando
seus benefícios.
Entre os embaixadores da marca estavam nomes de peso como David Beckham, Cristiano
Ronaldo, Rubens Barrichello e Shaquille O'Neal, o que conferiu à Power Balance uma aura
de legitimidade. O investimento maciço em marketing fez com que muitos acreditassem na
eficácia do produto.
Contudo, por volta de 2009, a verdade começou a emergir. Testes e estudos independentes
sugeriam que as pulseiras holográficas não tinham efeito real. Apesar de alguns usuários
relatarem melhorias, a ciência indicava que era apenas um efeito placebo.
Em 2010, a filial australiana da Power Balance foi forçada a desmentir publicamente suas
alegações e reembolsar consumidores enganados. Outros países, incluindo Itália, Espanha
e Holanda, multaram a marca. No Brasil, a ANVISA suspendeu a publicidade dos efeitos
terapêuticos, sem exigir reembolso.
A empresa, que vendeu milhões de unidades de sua pulseira entre 2009 e 2011, foi
condenada a pagar quase US$ 60 milhões em uma ação coletiva. Forçada a admitir
globalmente a falta de evidências científicas em suas alegações, a Power Balance ofereceu
reembolso aos clientes, levando-a à falência.
Curiosamente, os fundadores, os irmãos Troy e Josh Rodarmel, seguiram empreendendo,
embora nenhum de seus subsequentes negócios tenha alcançado a notoriedade da icônica
Power Balance. Uma história marcante de ilusão, desilusão e um lembrete vívido de que,
por trás do marketing brilhante, a ciência permanece como árbitro irrefutável
Mín. 19° Máx. 29°